Todo frete é viável? Depende de quanto custa o KM rodado. Descubra como calcular aqui!
Muitos profissionais experientes da estrada já perceberam que não é o frete alto que garante lucro, e sim o controle preciso dos custos.
Entre todos os indicadores, existe um que determina se uma viagem gera resultado ou apenas movimenta o caminhão: o custo real por quilômetro rodado.
Não é um cálculo teórico. É uma ferramenta de gestão. Quando o profissional sabe exatamente quanto custa rodar um quilômetro, é possível:
- • Avaliar fretes com precisão e ponderar sobre sua viabilidade;
- • Evitar operações deficitárias,
- • Projetar lucro com clareza;
- • Tomar decisões baseadas em dados em vez de impressões.
Quer conhecer um cálculo estruturado que pode definir um “valor mínimo” para a operação ser lucrativa? Acompanhe nosso conteúdo até o final!
Custos variáveis: tudo o que aumenta conforme o caminhão roda
Esses são os custos diretamente proporcionais à quilometragem. Para caminhoneiros experientes, nada aqui é novidade, mas é comum que alguns itens fiquem de fora do cálculo final.
- • A variável mais importante: combustível
O consumo a ser usado deve ser a média real da operação. Terreno, peso, clima, estilo de condução e até preço final na bomba alteram o resultado, então nada de usar um número fixo.
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Um custo invisível, mas expressivo: pneus
Os pneus devem ser considerados pela vida útil efetiva. Pneus são um custo relevante e precisam entrar no cálculo por quilômetro.
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Outra variável frequentemente esquecida: manutenções periódicas
Aqui entram todos os serviços que dependem de rodagem:
- • Troca de óleo e filtros;
- • Correias;
- • Pastilhas;
- • Alinhamento e balanceamento;
- • Revisão e manutenção dos componentes hidráulicos.
O importante é registrar as despesas com estes itens a cada mês, somá-los corretamente e aplicá-los na fórmula para calcular o valor do KM rodado.
Custos fixos: despesas presentes mesmo com o caminhão parado
São os custos que não variam com quilometragem e aparecem mesmo quando o caminhão está ocioso. Por isso, precisam de muito controle. Estamos falando de:
- • Parcelas de financiamento ou empréstimos;
- • Seguro do caminhão e seguro da carga;
- • IPVA, licenciamento e demais taxas;
- • Custos administrativos da operação;
- • Eventuais despesas operacionais mensais;
- • Salário (o seu próprio para autônomos e para quem possui motorista contratado).
Quanto menor a rodagem, maior o impacto desses itens no custo final por km.
Reserva técnica: o custo que evita surpresas financeiras
Não é opcional. Todo caminhão tem desgaste natural e desvalorização anual e isso precisa estar previsto.
Sendo assim, outras despesas precisam entrar no cálculo do valor por KM rodado, tais como:
- • Manutenções mais complexas, como a troca de kit hidráulico para caçamba;
- • Revisões amplas;
- • Depreciação do caminhão por ano (20% a.a., segundo estimativa da Receita Federal).
O recomendado é trabalhar com histórico próprio ou dados realistas baseados na própria experiência e boas práticas do mercado.
Seja assertivo e detalhista: a reserva técnica evita rombos no caixa quando aparece uma manutenção maior.
A fórmula do KM rodado que você pode aplicar na sua operação
Depois de registrar todos os valores (custos variáveis, fixos e reserva técnica), o caminhoneiro chega no cálculo final:
- • Custo por KM = Despesas Totais do Mês ÷ KM Rodados no Mês
Na equação:
- • Despesas Totais do Mês = custos variáveis + custos fixos + reserva técnica;
- • KM Rodados no Mês = quilometragem real registrada no período.

Abaixo, acompanhe um exemplo para aplicar a fórmula à sua realidade.
Entendendo a fórmula de KM rodado na prática
No último mês, um caminhoneiro registrou:
- • Custos variáveis: R$ 18.400;
- • Custos fixos: R$ 5.600;
- • Reserva técnica: R$ 3.000;
- • Quilometragem rodada no mês: 11.500 km.
Primeiro, ele precisará somar todas as despesas:
- • Despesas Totais do Mês = 18.400 + 5.600 + 3.000 = R$ 27.000
Depois, aplicar a fórmula:
- • Custo por KM = Despesas Totais do Mês ÷ KM Rodados no Mês;
- • Custo por KM = 27.000 ÷ 11.500;
- • Custo por KM ≈ R$ 2,34 por km.
O que esse número significa na prática?
- • Qualquer frete que paga menos de R$ 2,34 por km gera prejuízo;
- • Fretes entre R$ 2,35 e R$ 3,00 operam com margem mínima;
- • Acima de R$ 3,00 por km, já há saúde financeira com controle dos custos.
Por que esse número muda sua gestão imediatamente
Quando o caminhoneiro calcula o quilômetro rodado com dados completos, não há margem para erro. Com um valor assertivo na ponta do lápis, ele pode:
- • Recusar fretes que não cobrem o custo operacional;
- • Identificar trechos que reduzem sua margem;
- • Ajustar o preço mínimo de operação;
- • Planejar o fluxo financeiro com previsibilidade,
- • Manter o caminhão com manutenção em dia sem comprometer o caixa.
Esse é o tipo de controle que diferencia uma operação sustentável de uma operação vulnerável.
Uma operação lucrativa começa com informação

O cálculo que apresentamos aqui é uma ferramenta estratégica para manter a operação saudável, saber quais fretes realmente compensam e tomar decisões com segurança.
Quanto mais clareza você tiver sobre seus custos, maior será sua capacidade de negociar, planejar e aumentar a rentabilidade do caminhão.
Quer mais orientações para reduzir despesas e melhorar o resultado da sua operação? Acesse outros conteúdos no blog da HVSUL.









